Poemas

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Viva o livro e viva livre

No universo do livro eu sou livre,
E dos alienantes eu me livro.
Na história da vida o livro vive,
E no livro da história, livre vivo.

Vivo livre enquanto vive o livro
Libertado, não há ser que me prive
De provar a verdade que não privo,
De livrar, da mentira, quem convive.

Só o livro me livra das correntes,
Livre delas eu livro livremente
Minha mente de mentes mentirosas,

Que mentindo a tornaram uma escrava,
Mas a força e a verdade da Palavra
Libertou-a com poesia e prosa.

 

 

Tempus

E o Tempo se fez caminho
pra minha vida caminhar
por entre pedras e espinhos
e flores pra perfumar
os pés da experiência
que migram pra Transcendência
aonde eu quero chegar!

                                  O meu tempo é uma linha
                                  Que vai se desenrolando
                                  Cada passo que caminha
                                  Minha vida vai passando
                                  Ninguém pode acelerar
                                  Nem muito menos frear
                                  Só tenho que aproveitar
                                  Viver pintando e bordando.

 

 

(sans titre)

Tenho usado muito, roupas muito usadas,
manchadas, rasgadas, cheias de defeitos,
cujas etiquetas mostram preconceitos,
de cara, nas caras bem desmascaradas.
Resolvi rever roupas remendadas,
roídas, rasgadas que restam em mim,
retirar do corpo, despir-me e assim
poder me enxergar na minha nudez,
sem medo, sem mágoa e sem timidez.

 

 

Beleza feminina

A Beleza da alma feminina
está dentro do cofre do olhar,
seu segredo só pude desvelar
quando vi sua essência de menina.

Enxerguei, feito um Sol a meditar
o luar que ao longe lhe fascina.
Aprendi, da sua vida que ensina,
a Beleza humana, contemplar.

Meditei e cheirei sua doçura,
que retira de mim a amargura,
E me adoça com o doce do seu Ser!

Seu amor dá visão para o poeta
enxergar a Mulher que o completa
e colore o que os olhos podem ver.

 

 

Desarmamento

Enquanto houver armas, não vamos ter paz.
Na ausência de paz, se apresenta a guerra.
Com armas na mão, o homem é capaz
De extinguir o homem do planeta terra.

A cada disparo uma vida encerra.
Acabando o sonho que o futuro traz.
As gotas de sangue escrevem na terra
A dor do irmão, vendo o irmão que jaz.

Quem disser que armas, não trazem violência,
Tá fora das leis da sã consciência,
Cego pra não ver tanto sofrimento.

Quem apoia armas, arma o terrorismo.
Arma não traduz nenhum heroísmo.
Heroico é o ato do desarmamento.

Citer cet article

Référence électronique

Miguel Antonio d’Amorim, « Poemas », Carnets de Poédiles [En ligne], Babel, mis en ligne le 25 mai 2023, consulté le 16 octobre 2024. URL : https://carnets-poediles.pergola-publications.fr/index.php?id=236

Auteur

Miguel Antonio d’Amorim

Professeur, Grupo de Estudos Franceses da Aprendizagem da Língua e da Literatura (GEFALL) ; Rua dos Jasmins, 184 - Bairro Novo dos Carmelos - Camaragibe - PE CEP: 54759-150, Brésil ; miguelamorimjrpe[a]gmail.com

Miguel Antonio d’Amorim Junior est né à São Bernardo do Campo – São Paulo. Il vit à Pernambouc depuis l’âge de huit ans. Il est titulaire d’une licence ès lettres portugaise anglaise et d’un master ès lettres. Il enseigne la philosophie et le portugais du Brésil dans une école publique et prépare un doctorat à l’université fédérale du Pernambouc (UFPE). Poète, il a publié deux livres : Poesia na palma da mão (la poésie entre nos mains) et Poesia aberta (poésie ouverte), ce dernier aux éditions portugaises Artelogy.

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